Além disso, especialistas ouvidos pelo estudo também destacam fraudes bancárias, boletos falsos com código de barras alterados, golpes via Pix e golpes de empréstimos como modalidades que ganharam popularidade no Brasil em 2023. A seguir, detalhamos alguns dos golpes financeiros que mencionamos aqui.
Roubos de identidade
Os roubos de identidade são golpes em que os criminosos obtêm acesso aos dados pessoais e financeiros de uma pessoa, como nome, número de identidade, data de nascimento, informações de contas bancárias e cartões de crédito, para cometer fraudes em seu nome.
Esses dados podem ser obtidos de várias maneiras, incluindo a invasão de sistemas de armazenamento de dados de empresas, o roubo de carteiras ou documentos pessoais e até mesmo por meio de phishing.
Com as informações de identidade das vítimas, os golpistas podem abrir novas contas, solicitar empréstimos, fazer compras online ou realizar outras transações fraudulentas.
Fraudes com investimentos
No caso das fraudes, os criminosos oferecem oportunidades de investimento aparentemente lucrativas, mas que são inexistentes ou altamente arriscadas. Esses golpes podem assumir várias formas, desde esquemas de pirâmide disfarçados de investimentos legítimos até ofertas de ações, títulos ou produtos financeiros falsificados.
Os golpistas muitas vezes prometem altos retornos sobre o investimento com pouco ou nenhum risco, atraindo assim os investidores desavisados. Para convencer as pessoas, eles podem usar táticas de persuasão agressivas, como pressão para tomar decisões rápidas ou oferecer informações falsas sobre o histórico de sucesso do investimento.
Golpe do Pix
O golpe do Pix é uma fraude que tem se tornado cada vez mais comum, explorando a conveniência e a popularidade do sistema de pagamentos instantâneos no Brasil.
Nesse golpe, os criminosos entram em contato com as vítimas, geralmente por meio do WhatsApp, se passando por amigos, familiares ou empresas conhecidas, e solicitam o envio de dinheiro por meio de uma transferência via Pix.
Eles costumam inventar histórias convincentes, como emergências médicas ou problemas financeiros urgentes, para pressionar as vítimas a agirem rapidamente e não questionarem a solicitação.
Quando fazem a transferência, as vítimas acabam enviando dinheiro diretamente para os golpistas, sem possibilidade de reverter a transação.
Phishing
Envolve o envio de e-mails ou mensagens maliciosas solicitando informações pessoais e financeiras, sendo um dos golpes financeiros mais comuns na era digital.
Essas mensagens parecem ser de instituições legítimas, como bancos, empresas de comércio eletrônico ou serviços online. Geralmente, os golpistas solicitam dados como senhas, números de cartão de crédito ou códigos de segurança, sob o pretexto de uma suposta urgência ou problema nas contas das vítimas.
Os golpistas muitas vezes criam mensagens convincentes, utilizando logotipos e design semelhantes aos das empresas reais. Tudo isso para enganar as vítimas e induzi-las a clicar em links ou baixar arquivos infectados.
O que está sendo feito para coibir os golpes financeiros no país
Diante desse cenário de aumento crescente de golpes financeiros, se desenha a necessidade de uma melhoria acentuada da educação financeira dos consumidores, um aprimoramento dos mecanismos de denúncia e uma intervenção governamental mais eficaz.
Sendo assim, é evidente que os órgãos governamentais precisam agir para frear os criminosos que aplicam, hoje, sobretudo golpes online. O movimento que o governo tem feito nesse sentido inclui a aprovação de uma nova resolução do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil que determina que instituições financeiras devem compartilhar dados de fraudes e golpes no Sistema Financeiro Nacional e no Sistema de Pagamentos Brasileiro.
Segundo o BC, será criado um sistema eletrônico para compartilhar e acessar dados sobre eventos e tentativas de fraude. Isso inclui saques, transferências, pagamentos via PIX, operações de pagamento com cheques e boletos.
Conforme a nova regra, as IFs são obrigadas, no prazo de 24 horas, a compartilhar os dados da conta do cliente, uma explicação do evento ou tentativa de fraude, a identificação dos bancos envolvidos na transação e os dados da conta do destinatário.
Além disso, o governo também anunciou a implementação de melhorias nos mecanismos de segurança do Pix. Agora é possível que as instituições adicionem o motivo pelo qual estão emitindo notificações de infração. Além disso, o BC revisou o tipo e a quantidade de dados disponíveis para investigações sobre Pix — não apenas as instituições financeiras terão acesso a mais variáveis de dados, mas também a dados históricos de até cinco anos.
Como evitar golpes financeiros e garantir maior segurança para as transações
Com essas medidas, as organizações que atuam no setor financeiro terão acesso mais amplo a dados sobre fraudes e golpes, cruciais para evitar atritos com seus clientes e evitar perdas financeiras.
No entanto, bancos, fintechs, instituições financeiras e outras empresas também precisam contar com estratégias preventivas, incluindo sistemas de verificação de fontes, proteção de dados pessoais e financeiros e monitoramento de movimentações bancárias, além de estarem em constante atualização sobre os métodos utilizados pelos criminosos.
A seguir, tratamos sobre algumas medidas que ajudam na prevenção de fraudes e golpes financeiros e aumentam a segurança.
Educação financeira
Embora, de acordo com o estudo da Feedzai, 57% dos brasileiros têm (muita) confiança de que conseguem reconhecer golpes, a incapacidade de identificar a fraude e a falta de conhecimento para tal estão entre os principais motivos que levam os brasileiros a se tornarem vítimas.